terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ás tertúlias amizades


LUIS



Grave

Busco a luz da
matriz
pintura
goiva
provoca séries
facas cortam:
tenho merdas
de poetas internos
e arrisco falar
bonito
pra que se
comunico além
do brilho
que fala comigo
manifesta paredes

Vou sem reduzir
sem licença mesmo
já vi amigos lendo
de tudo um pouco
Precisei ir
sambar na torre
de marfim
roubar tudo do
quieto
e voltar rateado as imagens

marginalia
hermética
riscos diários
na vertical
alterando
a genética cordial

Contra populismo
picho alto do prédio
muro é pulo e pintura
parede
buraco e conversa

por que o velho susto
fecha a janela
e restrita a linguagem
poesia espia
teorias de como filosofar

até agora
só consegui atravessar
o espírito
daqui a pouco
não vou precisar mais delas



ladrão de imagens
tentando resumir
o mundo
provisões
levando sobrevivência a casa
olhado ao redor
sou janela maior que ela
tenho a necessidade de arrombar o futuro
sem furto não daria abrigo em minhas visões
mania de deixar folha escrita
onde passo
quero estar em você no meu sentido
fazendo sua transe
quieto e bom pra ti
catando seus dias a fala
rompendo a educação
que sou oposto
O fono dialoga em nervo acústico
estou curando minha gagueira
secciono a fala que serra elétrica
jogando toda tensão da testa em meus dedos
como se o mundo não fosse estrela
já tivesse sido espelho
curando meus traumas na amplidão
que só pode se resumir imagens
poéticas

Revisitarei textos
olhar quebrado
rendendo
desmembrando as civilizações
crias da ironia
comendo rochas gnósticas de liberdade
como almôndegas de bixiga
a bela vista da vós de calha
deixando escorrer o princípio
não é memória
é húmus transitando os dias
sem apelos
certando corpo em cura
ferindo o encontro
necessário aos desfeches do lugar

O homem que cuida questões
se entorna poderoso
um olhar a dentro
almejado
Estou pras cobranças
bailando a descida do funil
domando as fendas
falo cutucão
tive que passar por mim

Mística individualista
chora quando da fome
quando quer brincar
tenta esboçar palavras
mas sopra glossolalias
abre portas após me olhar
sem vergonha

Não vou ser Cristo
falar
tirar o corpo
tenho queda profeta
mas vou transpor portais e teorias
me dei a mim
aos manifestos
Impresso
mãos atadas
jovens passeatas
mas na revolução serei adorno
riscando as janelas do crânio
Não posso me incendiar
fico imagens furando a dedo
sou gago
paulatinamente inverto verdades
a quem cego
se preocupou demais com outros
Me canso não sendo individuo
acabo mirabolante
por achar que estou no centro
que aniquila o romantismo
a doença e admirável

não vou atrapalhar o namoro
voyeur
de fora vou ficar nu em pelo

sábado, 5 de dezembro de 2009



Moiras de aspecto sinistro


Sou a fome de livros
por isso fora do tempo
faço transversal à cidade
afiando linhas tênues
filhas do caos
Além de orelhas fiz marginálias
na posse aprendi a ser tomado
a largar tudo
em busca do fuso
parar o tempo
alterando a gênesis

Poder
teor das páginas de estantes
decifrando ácaros
abrangendo o abandonado a mim
O não oficializado
desfaz o Procusto
para a hora do corte

Me entendi como gente
a leitura
pausadamente fez meu travesseiro de sibila
Agora quero fiar
jogar a sorte inflexível
Sou filho da noite
fiando destino aos homens
como antena capta
estira
mede
corta

Roca vai à velocidade dos pés
tecendo as vestes claras
das três partes:
A lua alva o céu
segura o fuso puxando o fio da vida
enrola e sorteia o nome dos que vão
a de menor estatura
mais velha
porém poderosa e iniludível
corta o esticado decidindo o fim

Então
não vejo utilidade a jato

Começa a abertura do vórtice
certa volta de tudo
visão que tive na fome
certeza que carrego na linha do estômago
mantém as nuvens em minha cabeça e o chão sobre meus pés
nem que desfaça estou fincado no que restou
firme de alma
lacuna necromante
criando leitores
erguendo o pau a pique
reboca a inteligência
Testemunho ao leitor criado

é sexual
cósmico e sem nome
só existe no êxtase da mente
e na fala do corpo
assim tem que ser
como foi comigo
em sua continuação
decifração
na beira de três abismos do destino


mais:www.flickr.com/pastore4life

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

cabana extemporânea






Pessoal, é quinta feira agora 03/12 às 19hs, a abertura da mostra
EM TORNO DE: NOS LIMITES DA ARTE
Com a ocupação cabana extemporânea no qual estarei participando/ocupando os três mesmes, entre os 28 artistas.
http://www.vista.art.br/site/content/post-detalhe.php?cod=891



CABANA EXTEMPORÂNEA

Ocupação permanente (24h) do prédio da FUNARTE por 28 artistas
durante 3 meses, a partir de 03/12/2009 (abertura oficial)
www.vista.art.br/site/content/post-detalhe.php?cod=891

ACOMPANHE O DIÁRIO DA CABANA NA INTERNET:

cabanaextemporanea.wordpress.com

ou simplesmente procure CABANA EXTEMPORÂNEA no google e acesse.


FUNARTE: Al. Nothmann 1058, próx. ao metrô Santa Cecília.
ENTRADA FRANCA

Artistas e artes que representam:

Amanda Mendes - teatro
André Albuquerque - pintura e teoria da arte
André Falacho Torres - crítica de arte
André Sztutman - teoria da arte e pintura
Ângela Castelo Branco - poesia e teoria da arte
Ani Rocco - teoria da arte e pintura
Bhagavan David - pintura, música e cinema
Bruno Pastore - stencil e grafitti
Bruno Shintate - pintura e cenografia
Elisa Pires Fonseca - pintura e desenho
Fabiola Chiminazzo - fotografia e pintura
Fernanda Zerbini - fotografia e pintura
Flávia Tavares - teatro
Gustavo Cedroni - cidade e arquitetura
Iza Figueiredo - pintura e organização
Jan Nehring - arquitetura, cidade, grafitti e stencil
Julio César Adum - marcenaria, cinema e teatro
Lílian Soarez - performance
Lucas Rehnman - instalação, critica de arte, teoria da arte e vídeo (parte gráfica)
Luisa Doria - pintura, stencil e organização
Paula Barsotti - moda e teatro
Paula Borghi - curadoria e organização
Pedro Maia - música e pintura
Rafael Aboud Piovani - pintura e organização
Rubens Espírito Santo - coordenação geral
Silvia Mharques - instalação, música e desenho
Thiago Nassif - música e video
Victor Sardenberg - arquitetura, video, teoria da arte, cidade e internet e computador

sexta-feira, 27 de novembro de 2009



Olhos descalços

Hoje o céu está pintura,
desenhando Manoel de Barros em folhas avulsas,
escrevendo o cotidiano que ao dormir se apresentará como resto do mesmo
e acordado será déjà vu.

A caneta sonhando diz o que acontece,
pois não andamos descalço na terra,
este é o pingo de liberdade ácida que faz chover escrito.

Tudo fica mais fácil quando se tem momentos que fazem poesia,
a mão só executa o trabalho automático e milenar,
fazendo exalar a eterna fragrância.

Colagens de hora maior,
duas folhas entre momentos é tudo que tenho para não perder de vista o quadrado da sala de vidro.
O verdadeiro é a melhor imagem trazendo segredos,
faz escorrer a mágica pela lajota, o sublime caminhar tranqüilo no chão,
transformando o invisível em decifrável e o fazer em poesia.

Existem coisas que são do jeito que deveriam ser
e coisas do jeito que sempre foram:
O bruxo pensa estar fazendo uma revolução social por apenas desvendar mistérios, falando simplesmente de processos
que acontecem consigo aos passos que a vida se apresenta escada, fazendo voltar novamente ao céu e suas quimeras nuvens.


a faca da caneta
gerando contexto
vim do ereto da arte
assunto além das cinzas
inexistente a morte
como um provérbio avô

pois tenho a hermética das nuvens
fiz invisível sistema
me queriam cabresto
chão nas ruas
de meus problemas
mas fui além profecia




mais: http://formccjtomie.blogspot.com/2009/11/cropus-hermeticus.html
Faço musica
tenho amigos que rancam melodias
da minha idade da pedra
assim como fatio a palavra
rompo linguagem a caminho de deus
Taiador como sou
tenho em mim primitivo
fleche que fui
algo me rasga verdadeiramente
que os uniformes não toleram
resumindo o positivo operante
Mas vivo
graças a sala tribal dos instrumentos primórdios
reciclados a dentro
meu trabalho maravilhoso
ser inútil ao que não é espírito.


sábado, 21 de novembro de 2009

As vozes
tempo se congela a imagens
vou por onde não tem verdades
Ater-me em transbordar
há homem além de mãos e dedos
unhas
componentes que compadecem
faminta o texto no caminhar da perda
escolhi a dor


Desemboco mantra
frente ao cético
decorrendo paixões
desfolhando o sonho
deito sem nuvens
a palavra vem cimento
assume o lugar
construindo
devorando
mancala a profecia
acarreta o pouso do pedaço arrancado
desenha a possa que me afogo lago
sem respirar
enxergo bem feita dor
me cesso
só quando não existo

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


Céu roxo
chão de luz
ela se desenrola em chão adentrando a porta
por trás de tudo olhando a imagem nua.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Escoou reflexo

Acedência mista refuga o objeto
Constrói ondulando palavras
além do visto
além significado
Não precisaria ter
mas demos

Manipulamos signos
somos manipulados
Poderio inerte as estações do ano
o ano passa em meses
ao longe fóruns decadentes
vivendo o espírito de que tudo já foi criado
o som da balela
perpetuando o gosto da palha seca
funcionando a partir da demanda
provando aniquilado o subjetivo rompido
dilacerado
sem alternativa
sem Deus
sintomáticos gorgulhos da idéia


Mas
prosseguimos patenteando imagens
fazendo o verbo parietal
parindo a tudo
respirando folhas
mensageiros além da caixa de luz
Ao redor do olho
caracóis pensam com o coração
viemos ao rastro
ouvindo os periquitos
suas dicas rastejando o futuro que se ergue
realejo a mente
desfaz a avenida grata a tudo e a todos
seus sons que conturbam o desejo
se matiza o silêncio

força palavra criadora
esboça a chave compilando no alvo o desígnio

voz ao abjeto

mais: www.flickr.com/pastore4life

www.flickr.com/pastore4life

A voz do silêncio


www.flickr.com/pastore4life


Fuma draga
junta as mãos
admira o que não pode
reflexões estralam seus dedos
o antebraço equilibra a cabeça
sobre o joelho que sustenta o corpo inclinado
fazendo cenário a praça pública

sua posição de ataque a massa

Morta olhada para trás
revive o esquecido
cria o não quisto
Inconscientemente portas se abrem
elas se atrapalham desgovernadas
lei de sempre esfarela-se:
Ribanceira domada
quadriculado além do vidro espelhado
o cipó é forte feito extremo
faz sensorial a relação entre galhos
fiel comparsa
não me deixa sentar e fazer poesia
assassinar meu ato
faz buscar o silêncio
trazendo entre nós o existente
As coisas são como são
não estou para elas
arvores dizem a paz do meu ouvido:
me diga com quem andas que eu ando sem você.
Raízes falantes
busca a resposta
meras do que farei.
Sábio esmero
amigo como a folha de guardanapo

Tenho ciência
hoje abandonei
Incomodar a razão
ademais
livre como uma garota que resolveu fazer o hoje
saiu sem sutiã.
Responsabilidade
mórbida calma
atirando o foco
fazendo interpretar a minha maneira.

Dizem acabar com a guerra de classes
odeia a alta classe assim como eles odeiam você.
Temos poder de criar o que pensamos
acreditamos
e de cagar e sentar naquilo que perpetuamos.

Eis a negação:
micro poder contando um conto
micro conto poderoso

www.flickr.com/pastore4life

Voz ao abjeto


www.flickr.com/pastore4life

Interromper-se
manter-se no ante-futurismo
pintando a não velocidade
do silêncio

Adorno
“o fluxo baixo é o reflexo daquilo que você come”
sagrados VERSOS amaldiçoados

Fleche daquilo que você pode
pensar é o ouvido que não consegue

Dar vazão
chateando a razão
trancando o criado mudo
no cômodo acomodado
brincadeira verbal anseia rasgar a carne

Como fazer o ser embasamento
como trazer filosofia a vida sendo ela disciplina
sendo indisciplinado
fazendo o rastejar do chão


















mais imagens www.flickr.com/pastore4life

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

lance de dados

como a pintura abaixo feita dias antes do poema
descreve as imagens do texto também postado abaixo?
como a foto tirada as pressas descreve lampejos citados no texto
que me veio após uma leitura de Mallarmé em busca do castelo da pureza, livro que marca um encontro entre Marcel Duchamp e Octavio Paz,
Em busca do castelo da pureza me vi na certeza de que
estamos num eterno lance de dados.

um dia terei a oportunidade de testemunhar melhor sobre acontecimentos deste tipo aos quais não devia mais me espantar.
javascript:void(0)

Imagem


I
Sonhos agonizam quimeras a
claridade da idéia
reconhece no vago
o gesto memorial
a claridade quimérica reconstitui
a meia noite tolerada em trevas
Liberta o lampejo
produz a aparição
cintila o reflexo
o fogo obscuro

Diamante que
extirpa o relógio
formula o eterno da noite
ecoa o sobrevivente da sombra
faz a metamorfose dúbia de criar os dias
através da percepção
pêndulo que brilha e vai
expirar a si mesmo.

II
Quimera
princípio do ser indivíduo

Se perder nas escadas
descendo aos equívocos da mente
subindo a cavalo pelo corrimão do olho
fixando nuvens atravessando
a janela
é dela
o ruído total
tomando seu passado despojadamente
rompendo a dúvida
pancada ouvida de um lado a outro perdurando o movimento
preenchendo confusamente
a queda
como se fosse a única
última
te abafando:
visitante da certeza sem retorno
vestígio incerto
advindo a afirmação
reminiscências do vazio prolongado a choques
de claridade
surge a visão além da queda
interrompida
nada mais é ouvido
a ação é o bater de asas desordenadas e difícil de conter.


III
Recolher toda poeira secular
missão do meu hálito
dádiva da passagem
fricção contínua que agita asas superando o vôo
debelando o gênio
mirando em si próprio
retendo ciências nas mãos
pesando o volume de suas noites
juntando coisas por trás de si
domando os equívocos
explorando a simetria das deduções
a debatidura consciente
Ela se apresenta igualmente numa face luzente
conservada em ti a séculos
do vazio
do ruído deste logo que desfecha
ao pé do ouvido
pulsação do próprio coração
O absurdo
próprio local de seu êxito

Soou a hora de partir
de consumar o personagem
além do espelho que leva a ti
sonho que agonizou
frasco de pureza
concretizará a substância simples do nada.

Recriando um olhar perante o abjeto


redirecionando o olhar
contrariando o cinza imposto
sugerindo uma nova forma de enxergar e interagir a cidade.
desempenhando a força poética contida nas coisa insignificantes

Pça do Maracatu
Sumaré
levando a estética relacional as últimas consequências.

um fundir necessário a vida:



OLHAR PARA BAIXO

Aprendo mais com abelhas do que com aeroplanos.
É um olhar para baixo que eu nasci tendo.
é um olhar para ser menor, para o
insignificante que eu me criei tendo.
O ser que na sociedade é chutado, como uma
barata - cresce de importância para o meu
olho.
Ainda não entendi por que herdei esse olhar
para baixo.
Sempre imagino que venha de ancestralidades
machucadas.
Fui criado no mato e aprendi a gostar das
coisinhas do chão -
Antes que das coisas celestiais.
Pessoas pertencidas de abandono me comovem:
tanto quanto as soberbas coisas ínfimas.

MANOEL DE BARROS

Fusão literatura e pintura


um resgate a poesia da vida
resgatando o olhar poético perante a cidade.

Emergência do olhar


Uma espécie de apelo
uma nova criação do olhar

Mais valia


Trabalho que fiz e dei para minha mãe que vinha de uma faze de trabalhar muito.
é uma espécie de totem, amuleto que mostra além do que lhe é imposto,
na espectativa de desempenhar a função de abrir o olho e atrair coisas que realmente a sustente além do monolíto imposto a nós diáriamente.

uma poesia para ilustrar o quadro

Antigamente

A frase escrita no teto
“Quem não trabalha não come”
Atualmente
A frase escrita nas pálpebras
Sonho
A mão de obra atual
Lei dos pobres e pobres
Ferro quente
Corta-se a orelha
Vira-se escravo
Agora
Se vira escravo

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Lançamento do 2º zine collage

http://www.flickr.com/photos/pastore4life/

A morada do artista


construção da morada

A leitura do mundo precede a da palavra




um texto:


“A vida como é”
diria o milheiro de poetas enquanto o sol ilumina esquentando a carcaça.
O sol marca dez horas da manhã correndo atrás do ônibus que passa caramujo á diezel de avenida. Artifícios veiculares: a vida em repentes crônicas diárias, momentos em solavancos levantam a tampa do bueiro e o subsolo vem a tona.
Aspirais nos conservam, neuroses nos consomem e este vento que sopra de repente respira aliviado, de antemão, a liberdade sombra da arvore existente dentro da gente, contínua e pouco alimentada. Nua benção a quem desfruta frutos matinais, ao fim da tarde caindo noite e nascendo dia. Experiências malignas que carregam o Deus chifrudo no cangote, antigo contato, sublime rastejante, o dar vazão as coisas que vem da nuca. Chovem liberdades em raios de sol, testemunhas oculares obviamente crivadas assinam mensalmente o óbito em pleno vigor, transparentemente fazem uma construção de vidro que fragiliza a vida transeunte que foto observa. Sabemos que nós vamos e as samambaias ficam brotando como sempre brotaram resistente as frestas. Por isso a saúde de dar vazão aos olhos líquidos e brilhantes das coisas. Ampliamos a nós mesmos podendo chegar a anos de distância que contêm a retardada luz eterna, por executar o terrorismo diário de ver as coisas de um jeito diferente, simplesmente ditas ao que são.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Linear


Linear

Não é pecado construir imagens
a partir do silêncio
a luz do ar, os passos
isso é chamado de forma
pensar é a última coisa

Superfície vidraçada
habita feixes de luz
arquiteta ode

Simbiose homem ao contrário
construção tem a obrigação que
vaguemos por ela
espaço sensorial
jogo reciproco
uma surpresa

terça-feira, 8 de setembro de 2009



Livros escreventes
matando o precavido
ritmando avenidas,
onde a rua poesia
escreve a mão até o ponto

ônibus final
atrasado como o costume
quebrado
logo virá outro

não dará sinal
que poeiras levantem
o braço não será erguido
ao olhar que dirige
palavras do lápis de carpinteiro

afiando estilete
observa a criação poética
diz feições a cara
não vestígios condensam tudo

maior arte
aniquilamento eu lírico.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Acaso objetivo, premunição?

A maioria das mitologias não precisam de respostas exatas, os símbolos dizem por si. Pintores e poetas, grandes feitores e decifradores de símbolos, chegando até a manipula-los:
Reparem nas ligações entre símbolos, datas, nomes e cores.

Agosto, mês em que conclui por acaso o quadro é associado ao mal, não por tanto, que este mês é considerado o mês do Diabo”: Quando Jesus prometeu dar a Pedro(nome de meu filho) as chaves que ligava e desligava as coisas do céu (Mateus 16:19) e logo em seguida chama Pedro de Satanás - “Jesus disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás!” (Mateus 16:23). Assim como prometido, Pedro passou a ter as “chaves” do céu e do inferno. E segundo a lenda é justamente em agosto que o inferno é aberto por ele e o próprio Diabo é libertado. (expressão “o Diabo está solto). Ficando para São Bartolomeu, colocar o Diabo novamente no Inferno.

Além do espírito nacionalista, anarquista, com este quadro quis projetar em meu filho um espírito livre, que por habito pratique a revolução diária da vida. Anarquia ou exu?

Agosto é o mês onde a umbanda comemora o Mês de Exu.
O trabalho com os Exus requer muito cuidado. É fácil ao mau médium dar manifestação como Exu e ser, na realidade, um espírito atrasado, como acontece, também, na incorporação de Criança. Considero o Exu um espírito que foi despertado das trevas e, progredindo na escala evolutiva, trabalha em benefício dos necessitados. O Caboclo das Sete Encruzilhadas ensinava o que Exu é, como na polícia, o soldado. O chefe de polícia não prende o malfeitor; o delegado também não prende. Quem prende é o soldado que executa as ordens dos chefes. E o Exu é um espírito que se prontifica a fazer o bem, porque cada passo que dá em benefício de alguém é mais uma luz que adquire. Atrair o espírito atrasado que estiver obsedando e afastá-lo, é um dos seus trabalhos. E é assim que vai evoluindo. Torna-se portanto, um auxiliar do Orixá. (Palavras de Zèlio Fernandino de Moraes, médium fundador da Umbanda através do Caboclo das Sete Encruzilhadas)
Então, fica a nossa saudação a este povo, pois hoje o Ilê estará realizando suas homenagens a Exu.
Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que: “Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame”. E assim é Exu, o orixá que faz: O erro virar acerto e o acerto virar erro.
Suas cores são o vermelho e o preto, anarquista???
Anarquia de um espírito livre:

Negro é a cor tradicional do anarquismo, e vermelho, (cores usadas conscientemente) foi tradicionalmente adotada pelo socialismo. A bandeira negra-e-vermelha combina as duas cores em partes iguais, com um simples corte diagonal. Tipicamente, a parte vermelha é colocada no topo esquerdo, com o negro no fundo a direita da bandeira. Este ordenamento simboliza a coexistência dos ideais do anarquismo e do socialismo dentro do movimento anarcosindicalista, representando também os meios anarquistas do movimento que têm possuem o anarquismo como meta.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Pai de filho homem


Massa e tinta acrílica s/ tela
40X20cm
4prof.

Tela que dei início em 11 de novembro de 2007, dia em que fui avisado que seria pai. Após cinco meses soube o sexo do meninão, Pedro Henrrique Pastore, veio dando título a óbra. Um ano e três meses depois de seu nascimento consegui concluí-la, dia 30 de agosto de 2009. Uma espécie de projeção, nacionalista , anarquista, quinta internacional ou a força de exu. Projeção? poder que a poesia e a pintura tem de ditar/premeditar o futuro.

O contingente da espuma pulmonar



pulmão braço corpo
tronco com braços membros
folhas flor da pele
amêndoas fazem a foto síntese
fruto converge com a realidade externa
raízes que flutuam fincando-se no chão
absurdo é luz que me nutre
imaginação que rega
criatividade fruta do pé
poesia é sustento da comunidade época.


Foto: Camila Peixoto

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

cabeça de nuvem





Quebro a métrica de mim mesmo

quando a solidão se dobra esquina.

Viremos praças de infância

rompendo seu formato de chuva

amarrando pneus nas árvores

balançando o chão manifesto.

Cansados subimos a escada

defasado jazz esquecido.

Não aceite o desligamento

garoa ilusória

diariamente faça em si uma orquestra.


Pois meu olho observa além do que não queria ver

a lua assombra fazendo teto

negocio nuvens por ter essa maldade do olhar.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Empilhamos haikais de batalhas perdidas
Todos os dias moldamos uma poesia
Uma só escultura
O céu nublado
pousa quimeras enquanto vida
Arquitetando
Fazendo palpável o impossível
Mar sem ponto e vírgula
Tempestade de idéias
Três frases seria pouco
As estações do ano seria pouco
O contato com a natureza vem em rajadas
Saída das fendas que restam
na mulher que habito
Fazendo sua beleza legível
Não podendo cessar o discurso
Crendo na sombra que ilumina
A lacuna que possuo
Poesia arranha o céu
lugar do encontro
Fazer sertaneja cura
Imagem no avesso da vida
Aqui começa o tempo
Firme como uma pedra inajar
Arvores de avenida
Florescemos mais rápido por conta dos carros
Soluções rasga noções entre bem e mau
Incendiando janelas
Rostos em brasa pura
Gonzos girando por dentro de tudo
dando a outra face do tempo
Lugar solitário do ser
Linha tênue entre a morte e a loucura
Nos desdobramos em cessar a pressa
a espera do próximo

chama

Inaugurando

Xamã andou trezeléguas até ter este blog
rompeu seu ciclo de três em três.
o resto é metáfora
aí vai