terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ás tertúlias amizades


LUIS



Grave

Busco a luz da
matriz
pintura
goiva
provoca séries
facas cortam:
tenho merdas
de poetas internos
e arrisco falar
bonito
pra que se
comunico além
do brilho
que fala comigo
manifesta paredes

Vou sem reduzir
sem licença mesmo
já vi amigos lendo
de tudo um pouco
Precisei ir
sambar na torre
de marfim
roubar tudo do
quieto
e voltar rateado as imagens

marginalia
hermética
riscos diários
na vertical
alterando
a genética cordial

Contra populismo
picho alto do prédio
muro é pulo e pintura
parede
buraco e conversa

por que o velho susto
fecha a janela
e restrita a linguagem
poesia espia
teorias de como filosofar

até agora
só consegui atravessar
o espírito
daqui a pouco
não vou precisar mais delas



ladrão de imagens
tentando resumir
o mundo
provisões
levando sobrevivência a casa
olhado ao redor
sou janela maior que ela
tenho a necessidade de arrombar o futuro
sem furto não daria abrigo em minhas visões
mania de deixar folha escrita
onde passo
quero estar em você no meu sentido
fazendo sua transe
quieto e bom pra ti
catando seus dias a fala
rompendo a educação
que sou oposto
O fono dialoga em nervo acústico
estou curando minha gagueira
secciono a fala que serra elétrica
jogando toda tensão da testa em meus dedos
como se o mundo não fosse estrela
já tivesse sido espelho
curando meus traumas na amplidão
que só pode se resumir imagens
poéticas

Revisitarei textos
olhar quebrado
rendendo
desmembrando as civilizações
crias da ironia
comendo rochas gnósticas de liberdade
como almôndegas de bixiga
a bela vista da vós de calha
deixando escorrer o princípio
não é memória
é húmus transitando os dias
sem apelos
certando corpo em cura
ferindo o encontro
necessário aos desfeches do lugar

O homem que cuida questões
se entorna poderoso
um olhar a dentro
almejado
Estou pras cobranças
bailando a descida do funil
domando as fendas
falo cutucão
tive que passar por mim

Mística individualista
chora quando da fome
quando quer brincar
tenta esboçar palavras
mas sopra glossolalias
abre portas após me olhar
sem vergonha

Não vou ser Cristo
falar
tirar o corpo
tenho queda profeta
mas vou transpor portais e teorias
me dei a mim
aos manifestos
Impresso
mãos atadas
jovens passeatas
mas na revolução serei adorno
riscando as janelas do crânio
Não posso me incendiar
fico imagens furando a dedo
sou gago
paulatinamente inverto verdades
a quem cego
se preocupou demais com outros
Me canso não sendo individuo
acabo mirabolante
por achar que estou no centro
que aniquila o romantismo
a doença e admirável

não vou atrapalhar o namoro
voyeur
de fora vou ficar nu em pelo

sábado, 5 de dezembro de 2009



Moiras de aspecto sinistro


Sou a fome de livros
por isso fora do tempo
faço transversal à cidade
afiando linhas tênues
filhas do caos
Além de orelhas fiz marginálias
na posse aprendi a ser tomado
a largar tudo
em busca do fuso
parar o tempo
alterando a gênesis

Poder
teor das páginas de estantes
decifrando ácaros
abrangendo o abandonado a mim
O não oficializado
desfaz o Procusto
para a hora do corte

Me entendi como gente
a leitura
pausadamente fez meu travesseiro de sibila
Agora quero fiar
jogar a sorte inflexível
Sou filho da noite
fiando destino aos homens
como antena capta
estira
mede
corta

Roca vai à velocidade dos pés
tecendo as vestes claras
das três partes:
A lua alva o céu
segura o fuso puxando o fio da vida
enrola e sorteia o nome dos que vão
a de menor estatura
mais velha
porém poderosa e iniludível
corta o esticado decidindo o fim

Então
não vejo utilidade a jato

Começa a abertura do vórtice
certa volta de tudo
visão que tive na fome
certeza que carrego na linha do estômago
mantém as nuvens em minha cabeça e o chão sobre meus pés
nem que desfaça estou fincado no que restou
firme de alma
lacuna necromante
criando leitores
erguendo o pau a pique
reboca a inteligência
Testemunho ao leitor criado

é sexual
cósmico e sem nome
só existe no êxtase da mente
e na fala do corpo
assim tem que ser
como foi comigo
em sua continuação
decifração
na beira de três abismos do destino


mais:www.flickr.com/pastore4life

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

cabana extemporânea






Pessoal, é quinta feira agora 03/12 às 19hs, a abertura da mostra
EM TORNO DE: NOS LIMITES DA ARTE
Com a ocupação cabana extemporânea no qual estarei participando/ocupando os três mesmes, entre os 28 artistas.
http://www.vista.art.br/site/content/post-detalhe.php?cod=891



CABANA EXTEMPORÂNEA

Ocupação permanente (24h) do prédio da FUNARTE por 28 artistas
durante 3 meses, a partir de 03/12/2009 (abertura oficial)
www.vista.art.br/site/content/post-detalhe.php?cod=891

ACOMPANHE O DIÁRIO DA CABANA NA INTERNET:

cabanaextemporanea.wordpress.com

ou simplesmente procure CABANA EXTEMPORÂNEA no google e acesse.


FUNARTE: Al. Nothmann 1058, próx. ao metrô Santa Cecília.
ENTRADA FRANCA

Artistas e artes que representam:

Amanda Mendes - teatro
André Albuquerque - pintura e teoria da arte
André Falacho Torres - crítica de arte
André Sztutman - teoria da arte e pintura
Ângela Castelo Branco - poesia e teoria da arte
Ani Rocco - teoria da arte e pintura
Bhagavan David - pintura, música e cinema
Bruno Pastore - stencil e grafitti
Bruno Shintate - pintura e cenografia
Elisa Pires Fonseca - pintura e desenho
Fabiola Chiminazzo - fotografia e pintura
Fernanda Zerbini - fotografia e pintura
Flávia Tavares - teatro
Gustavo Cedroni - cidade e arquitetura
Iza Figueiredo - pintura e organização
Jan Nehring - arquitetura, cidade, grafitti e stencil
Julio César Adum - marcenaria, cinema e teatro
Lílian Soarez - performance
Lucas Rehnman - instalação, critica de arte, teoria da arte e vídeo (parte gráfica)
Luisa Doria - pintura, stencil e organização
Paula Barsotti - moda e teatro
Paula Borghi - curadoria e organização
Pedro Maia - música e pintura
Rafael Aboud Piovani - pintura e organização
Rubens Espírito Santo - coordenação geral
Silvia Mharques - instalação, música e desenho
Thiago Nassif - música e video
Victor Sardenberg - arquitetura, video, teoria da arte, cidade e internet e computador