sexta-feira, 27 de novembro de 2009



Olhos descalços

Hoje o céu está pintura,
desenhando Manoel de Barros em folhas avulsas,
escrevendo o cotidiano que ao dormir se apresentará como resto do mesmo
e acordado será déjà vu.

A caneta sonhando diz o que acontece,
pois não andamos descalço na terra,
este é o pingo de liberdade ácida que faz chover escrito.

Tudo fica mais fácil quando se tem momentos que fazem poesia,
a mão só executa o trabalho automático e milenar,
fazendo exalar a eterna fragrância.

Colagens de hora maior,
duas folhas entre momentos é tudo que tenho para não perder de vista o quadrado da sala de vidro.
O verdadeiro é a melhor imagem trazendo segredos,
faz escorrer a mágica pela lajota, o sublime caminhar tranqüilo no chão,
transformando o invisível em decifrável e o fazer em poesia.

Existem coisas que são do jeito que deveriam ser
e coisas do jeito que sempre foram:
O bruxo pensa estar fazendo uma revolução social por apenas desvendar mistérios, falando simplesmente de processos
que acontecem consigo aos passos que a vida se apresenta escada, fazendo voltar novamente ao céu e suas quimeras nuvens.


a faca da caneta
gerando contexto
vim do ereto da arte
assunto além das cinzas
inexistente a morte
como um provérbio avô

pois tenho a hermética das nuvens
fiz invisível sistema
me queriam cabresto
chão nas ruas
de meus problemas
mas fui além profecia




mais: http://formccjtomie.blogspot.com/2009/11/cropus-hermeticus.html
Faço musica
tenho amigos que rancam melodias
da minha idade da pedra
assim como fatio a palavra
rompo linguagem a caminho de deus
Taiador como sou
tenho em mim primitivo
fleche que fui
algo me rasga verdadeiramente
que os uniformes não toleram
resumindo o positivo operante
Mas vivo
graças a sala tribal dos instrumentos primórdios
reciclados a dentro
meu trabalho maravilhoso
ser inútil ao que não é espírito.


sábado, 21 de novembro de 2009

As vozes
tempo se congela a imagens
vou por onde não tem verdades
Ater-me em transbordar
há homem além de mãos e dedos
unhas
componentes que compadecem
faminta o texto no caminhar da perda
escolhi a dor


Desemboco mantra
frente ao cético
decorrendo paixões
desfolhando o sonho
deito sem nuvens
a palavra vem cimento
assume o lugar
construindo
devorando
mancala a profecia
acarreta o pouso do pedaço arrancado
desenha a possa que me afogo lago
sem respirar
enxergo bem feita dor
me cesso
só quando não existo

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


Céu roxo
chão de luz
ela se desenrola em chão adentrando a porta
por trás de tudo olhando a imagem nua.