terça-feira, 27 de outubro de 2009

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Escoou reflexo

Acedência mista refuga o objeto
Constrói ondulando palavras
além do visto
além significado
Não precisaria ter
mas demos

Manipulamos signos
somos manipulados
Poderio inerte as estações do ano
o ano passa em meses
ao longe fóruns decadentes
vivendo o espírito de que tudo já foi criado
o som da balela
perpetuando o gosto da palha seca
funcionando a partir da demanda
provando aniquilado o subjetivo rompido
dilacerado
sem alternativa
sem Deus
sintomáticos gorgulhos da idéia


Mas
prosseguimos patenteando imagens
fazendo o verbo parietal
parindo a tudo
respirando folhas
mensageiros além da caixa de luz
Ao redor do olho
caracóis pensam com o coração
viemos ao rastro
ouvindo os periquitos
suas dicas rastejando o futuro que se ergue
realejo a mente
desfaz a avenida grata a tudo e a todos
seus sons que conturbam o desejo
se matiza o silêncio

força palavra criadora
esboça a chave compilando no alvo o desígnio

voz ao abjeto

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A voz do silêncio


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Fuma draga
junta as mãos
admira o que não pode
reflexões estralam seus dedos
o antebraço equilibra a cabeça
sobre o joelho que sustenta o corpo inclinado
fazendo cenário a praça pública

sua posição de ataque a massa

Morta olhada para trás
revive o esquecido
cria o não quisto
Inconscientemente portas se abrem
elas se atrapalham desgovernadas
lei de sempre esfarela-se:
Ribanceira domada
quadriculado além do vidro espelhado
o cipó é forte feito extremo
faz sensorial a relação entre galhos
fiel comparsa
não me deixa sentar e fazer poesia
assassinar meu ato
faz buscar o silêncio
trazendo entre nós o existente
As coisas são como são
não estou para elas
arvores dizem a paz do meu ouvido:
me diga com quem andas que eu ando sem você.
Raízes falantes
busca a resposta
meras do que farei.
Sábio esmero
amigo como a folha de guardanapo

Tenho ciência
hoje abandonei
Incomodar a razão
ademais
livre como uma garota que resolveu fazer o hoje
saiu sem sutiã.
Responsabilidade
mórbida calma
atirando o foco
fazendo interpretar a minha maneira.

Dizem acabar com a guerra de classes
odeia a alta classe assim como eles odeiam você.
Temos poder de criar o que pensamos
acreditamos
e de cagar e sentar naquilo que perpetuamos.

Eis a negação:
micro poder contando um conto
micro conto poderoso

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Voz ao abjeto


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Interromper-se
manter-se no ante-futurismo
pintando a não velocidade
do silêncio

Adorno
“o fluxo baixo é o reflexo daquilo que você come”
sagrados VERSOS amaldiçoados

Fleche daquilo que você pode
pensar é o ouvido que não consegue

Dar vazão
chateando a razão
trancando o criado mudo
no cômodo acomodado
brincadeira verbal anseia rasgar a carne

Como fazer o ser embasamento
como trazer filosofia a vida sendo ela disciplina
sendo indisciplinado
fazendo o rastejar do chão


















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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

lance de dados

como a pintura abaixo feita dias antes do poema
descreve as imagens do texto também postado abaixo?
como a foto tirada as pressas descreve lampejos citados no texto
que me veio após uma leitura de Mallarmé em busca do castelo da pureza, livro que marca um encontro entre Marcel Duchamp e Octavio Paz,
Em busca do castelo da pureza me vi na certeza de que
estamos num eterno lance de dados.

um dia terei a oportunidade de testemunhar melhor sobre acontecimentos deste tipo aos quais não devia mais me espantar.
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Imagem


I
Sonhos agonizam quimeras a
claridade da idéia
reconhece no vago
o gesto memorial
a claridade quimérica reconstitui
a meia noite tolerada em trevas
Liberta o lampejo
produz a aparição
cintila o reflexo
o fogo obscuro

Diamante que
extirpa o relógio
formula o eterno da noite
ecoa o sobrevivente da sombra
faz a metamorfose dúbia de criar os dias
através da percepção
pêndulo que brilha e vai
expirar a si mesmo.

II
Quimera
princípio do ser indivíduo

Se perder nas escadas
descendo aos equívocos da mente
subindo a cavalo pelo corrimão do olho
fixando nuvens atravessando
a janela
é dela
o ruído total
tomando seu passado despojadamente
rompendo a dúvida
pancada ouvida de um lado a outro perdurando o movimento
preenchendo confusamente
a queda
como se fosse a única
última
te abafando:
visitante da certeza sem retorno
vestígio incerto
advindo a afirmação
reminiscências do vazio prolongado a choques
de claridade
surge a visão além da queda
interrompida
nada mais é ouvido
a ação é o bater de asas desordenadas e difícil de conter.


III
Recolher toda poeira secular
missão do meu hálito
dádiva da passagem
fricção contínua que agita asas superando o vôo
debelando o gênio
mirando em si próprio
retendo ciências nas mãos
pesando o volume de suas noites
juntando coisas por trás de si
domando os equívocos
explorando a simetria das deduções
a debatidura consciente
Ela se apresenta igualmente numa face luzente
conservada em ti a séculos
do vazio
do ruído deste logo que desfecha
ao pé do ouvido
pulsação do próprio coração
O absurdo
próprio local de seu êxito

Soou a hora de partir
de consumar o personagem
além do espelho que leva a ti
sonho que agonizou
frasco de pureza
concretizará a substância simples do nada.

Recriando um olhar perante o abjeto


redirecionando o olhar
contrariando o cinza imposto
sugerindo uma nova forma de enxergar e interagir a cidade.
desempenhando a força poética contida nas coisa insignificantes

Pça do Maracatu
Sumaré
levando a estética relacional as últimas consequências.

um fundir necessário a vida:



OLHAR PARA BAIXO

Aprendo mais com abelhas do que com aeroplanos.
É um olhar para baixo que eu nasci tendo.
é um olhar para ser menor, para o
insignificante que eu me criei tendo.
O ser que na sociedade é chutado, como uma
barata - cresce de importância para o meu
olho.
Ainda não entendi por que herdei esse olhar
para baixo.
Sempre imagino que venha de ancestralidades
machucadas.
Fui criado no mato e aprendi a gostar das
coisinhas do chão -
Antes que das coisas celestiais.
Pessoas pertencidas de abandono me comovem:
tanto quanto as soberbas coisas ínfimas.

MANOEL DE BARROS

Fusão literatura e pintura


um resgate a poesia da vida
resgatando o olhar poético perante a cidade.

Emergência do olhar


Uma espécie de apelo
uma nova criação do olhar

Mais valia


Trabalho que fiz e dei para minha mãe que vinha de uma faze de trabalhar muito.
é uma espécie de totem, amuleto que mostra além do que lhe é imposto,
na espectativa de desempenhar a função de abrir o olho e atrair coisas que realmente a sustente além do monolíto imposto a nós diáriamente.

uma poesia para ilustrar o quadro

Antigamente

A frase escrita no teto
“Quem não trabalha não come”
Atualmente
A frase escrita nas pálpebras
Sonho
A mão de obra atual
Lei dos pobres e pobres
Ferro quente
Corta-se a orelha
Vira-se escravo
Agora
Se vira escravo