sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Escoou reflexo

Acedência mista refuga o objeto
Constrói ondulando palavras
além do visto
além significado
Não precisaria ter
mas demos

Manipulamos signos
somos manipulados
Poderio inerte as estações do ano
o ano passa em meses
ao longe fóruns decadentes
vivendo o espírito de que tudo já foi criado
o som da balela
perpetuando o gosto da palha seca
funcionando a partir da demanda
provando aniquilado o subjetivo rompido
dilacerado
sem alternativa
sem Deus
sintomáticos gorgulhos da idéia


Mas
prosseguimos patenteando imagens
fazendo o verbo parietal
parindo a tudo
respirando folhas
mensageiros além da caixa de luz
Ao redor do olho
caracóis pensam com o coração
viemos ao rastro
ouvindo os periquitos
suas dicas rastejando o futuro que se ergue
realejo a mente
desfaz a avenida grata a tudo e a todos
seus sons que conturbam o desejo
se matiza o silêncio

força palavra criadora
esboça a chave compilando no alvo o desígnio

Um comentário:

  1. metáforas fortes...metalinguagem rica....
    descreve o mundo e o processo de criação...
    já leste Jorge de Lima?
    abraço, Flávio Viegas Amoreira

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