sábado, 5 de dezembro de 2009
Moiras de aspecto sinistro
Sou a fome de livros
por isso fora do tempo
faço transversal à cidade
afiando linhas tênues
filhas do caos
Além de orelhas fiz marginálias
na posse aprendi a ser tomado
a largar tudo
em busca do fuso
parar o tempo
alterando a gênesis
Poder
teor das páginas de estantes
decifrando ácaros
abrangendo o abandonado a mim
O não oficializado
desfaz o Procusto
para a hora do corte
Me entendi como gente
a leitura
pausadamente fez meu travesseiro de sibila
Agora quero fiar
jogar a sorte inflexível
Sou filho da noite
fiando destino aos homens
como antena capta
estira
mede
corta
Roca vai à velocidade dos pés
tecendo as vestes claras
das três partes:
A lua alva o céu
segura o fuso puxando o fio da vida
enrola e sorteia o nome dos que vão
a de menor estatura
mais velha
porém poderosa e iniludível
corta o esticado decidindo o fim
Então
não vejo utilidade a jato
Começa a abertura do vórtice
certa volta de tudo
visão que tive na fome
certeza que carrego na linha do estômago
mantém as nuvens em minha cabeça e o chão sobre meus pés
nem que desfaça estou fincado no que restou
firme de alma
lacuna necromante
criando leitores
erguendo o pau a pique
reboca a inteligência
Testemunho ao leitor criado
é sexual
cósmico e sem nome
só existe no êxtase da mente
e na fala do corpo
assim tem que ser
como foi comigo
em sua continuação
decifração
na beira de três abismos do destino
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E aí, Pastore, belê?
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
Ponha mais poemas, meu.
Aquele abraço,
Paulo