sexta-feira, 27 de novembro de 2009



Olhos descalços

Hoje o céu está pintura,
desenhando Manoel de Barros em folhas avulsas,
escrevendo o cotidiano que ao dormir se apresentará como resto do mesmo
e acordado será déjà vu.

A caneta sonhando diz o que acontece,
pois não andamos descalço na terra,
este é o pingo de liberdade ácida que faz chover escrito.

Tudo fica mais fácil quando se tem momentos que fazem poesia,
a mão só executa o trabalho automático e milenar,
fazendo exalar a eterna fragrância.

Colagens de hora maior,
duas folhas entre momentos é tudo que tenho para não perder de vista o quadrado da sala de vidro.
O verdadeiro é a melhor imagem trazendo segredos,
faz escorrer a mágica pela lajota, o sublime caminhar tranqüilo no chão,
transformando o invisível em decifrável e o fazer em poesia.

Existem coisas que são do jeito que deveriam ser
e coisas do jeito que sempre foram:
O bruxo pensa estar fazendo uma revolução social por apenas desvendar mistérios, falando simplesmente de processos
que acontecem consigo aos passos que a vida se apresenta escada, fazendo voltar novamente ao céu e suas quimeras nuvens.

Um comentário:

  1. O invisivel é o mais belo a ser visto...talvez não seja o mais belo, mas não deixa de ser belo...

    ;)
    Olhos descalços

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